Excerto, Página 3 - História de Petrópolis, Henrique José Rabaço - 1985 |
O Sargento-Mor Bernardo Soares de Proença, natural de Sto. Antônio de Macacu, fazendeiro em Suruí na Baixada Fluminense e desde 1721 estabelecido com uma sesmaria no vale do Itamarati, região hoje compreendida por parte do primeiro distrito de Petrópolis, prontificou-se a executar o atalho do Caminho Novo pelo vale do rio Piabanha, indo atingir o Porto da Estrela no rio lnhomirim no fundo da baía de Guanabara, encurtando o roteiro de Garcia Rodrigues Pais em até 4 dias de viagem, dada a vantagem de percorrer terreno menos acidentado. Esse atalho do Caminho Novo ficou conhecido como Caminho Real das Minas Gerais e mais popularmente de Caminho da Serra da Estrela ou mais vulgarmente de Caminho do Ouro e Caminho dos Mineiros.
O nome de Estrela dado à serra e ao porto de conexão dos roteiros terrestres e marítimo do Caminho Novo originou-se do planeta Vênus, brilhante astro vespertino que desponta sobre a região serrana logo que o sol se põe e que era importante marco de orientação noturna para os antigos viajantes, principalmente no percurso marítimo da baía de Guanabara entre o Porto dos Mineiros no Rio de Janeiro e o Porto da Estrela.
O "atalho de Soares de Proença" no Caminho Novo concluído em 1725 é considerado o ponto de partida de inúmeras sesmarias na região, que logo se transformaram em prósperas fazendas.
O Caminho Novo, assim melhorado, proporcionou a intensificação da busca do ouro nas Minas Gerais e foi instituído oficialmente como via exclusiva de escoamento do cobiçado minério, cujo controle era feito através da Casa de Registro da Paraibuna, onde era recolhido o "quinto real".
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